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Ação de zeladoria da prefeitura no viaduto Julio de Mesquita Filho tem incêndio e destruição de barracos

Uma ação de zeladoria promovida pela prefeitura regional Sé na manhã deste sábado, 29/07, resultou em confusão e destruição dos barracos que ocupavam o baixio do Viaduto Júlio de Mesquita Filho. A ideia da operação era, inicialmente, retirar produtos inflamáveis, como madeira e papelão, mas como a maioria dos barracos era composta destes materiais, o morador Ivanildo Aparecido da Silva se revoltou e colocou fogo no local, iniciando um grande incêndio. Ivanildo foi preso em flagrante.


Os moradores foram então acordados com o fogo, jatos de água dos bombeiros e agentes da prefeitura removendo os barracos do local. Segundo a assessoria da prefeitura, nessa sexta-feira (28), foi feito um trabalho de convencimento para que os moradores deste local, em torno de 100 pessoas, fossem para abrigos, mas elas se recusaram.

Os moradores do local dizem que os albergues são muito piores do que a rua, pois se trata de um ambiente de brigas, roubo e onde não é possível que eles durmam com seus companheiros. Ainda segundo eles, a maioria dos albergues também é superlotada e tem péssimas condições de higiene. “É complicado tomar banho num lugar mais sujo que a rua, onde tem fezes no chão do chuveiro” diz a moradora Jéssica, de 24 anos.

O morador Charles Santos, que vivia há um ano no baixio do viaduto com sua esposa, estava sem saber o que fazer com o que havia restado de suas coisas. “Eu não sou vagabundo, sou pedreiro e hoje tinha um trabalho para fazer na Travessa dos Arquitetos, mas o que farei agora? Se for trabalhar, quando eu chegar todas as minhas coisas serão jogadas no lixo, minha geladeira a prefeitura já levou. Perdi minha casa, meu dia de trabalho e não sei o que fazer”, diz ele.
Reinaldo Serafim Figueiredo diz que não recebeu nenhum aviso ontem de nenhum assistente social e também está chocado com a brutalidade da ação. “Quando eu era pequeno, meu sonho era ser bombeiro, mas hoje um bombeiro jogou um jato de água na minha cara, às 5 horas da manhã, e isso não se faz com ninguém” diz ele.

O prefeito da regional Sé, Eduardo Odlak, estava no local e disse que esta não era uma operação para a remoção de pessoas, mas sim uma ação de zeladoria para tirar principalmente produtos inflamáveis, como madeira e papelão, mas que com o incêndio eles tiveram que fazer uma limpeza geral do local. No fim do dia haviam sido retirados 35 caminhões de entulhos, com restos de barracos e móveis que ficaram espalhados. Não havia nenhum serviço de assistência social no local.

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